quinta-feira, 30 de junho de 2022

Sobre Marta Caetana

Por Leda Chaves
Marta Caetana, artista plástica,
Marta Caetana

Nascida em 1957, na cidade do Rio de Janeiro, Marta Caetana morou na Lapa na sua infância, mudando-se para Santa Teresa na adolescência. Por volta dos 13 anos já demonstrava interesse pela arte, reforçado pela atmosfera cultural que a rodeava, posto que muitos artistas moravam nessa mesma região, além de existir lá o forte movimento dos hippies

com suas roupas coloridas, cabelos longos, seus trabalhos de bijuteria, quadros etc, ao lado do movimento dos Hare Krishna, bem como grande diversidade de religiões que conviviam pacificamente.

Sendo um bairro tradicional do Rio de Janeiro, Santa Teresa é, também, conhecido por suas construções históricas que datam do século XIX, tendo como peculiaridade ser o único bairro que manteve o tradicional transporte por bonde. Sua proximidade com a Cinelândia que, na época, centralizava os melhores cinemas, teatros, e prédios históricos como o Teatro Municipal, A Biblioteca Nacional, A Escola Nacional de Belas Artes, A Câmara Municipal além de grandes feiras de livros, onde podiam ser encontrados muitos livros de arte usados, propiciava o fortalecimento de sua atmosfera artística.

Todo esse caldeirão cultural, bem cedo despertou, em Marta, a curiosidade pela arte dos cartunistas como Lan, Ziraldo, Laerte entre outros. Ela admirava-se da capacidade que tinham de serem tão expressivos utilizando poucos traços em seus desenhos. Essa percepção revelava já um um olhar crítico que lhe era muito próprio. Na pintura, encantava-se por Gauguin e Renoir.

Ainda na adolescência, arriscava-se no desenho e pinturas com guache e nanquim para ajudar as amigas e colegas de escola no enriquecimento de seus trabalhos. Uma vez, reproduziu, com tinta guache, a capa de um livro de Orígenes Lessa – Memórias de um cabo de vassoura – para ilustrar o trabalho de escola de sua irmã. Reproduziu também, o templo de Tutankamon, em nanquim, para um trabalho sobre o Egito de uma colega. As produções de Marta Caetana sempre despertavam admiração entre as professoras.

Aos dezenove anos, começou a trabalhar numa loja de molduras, quando teve a oportunidade de ter contato com vários artistas da antiga Escola Nacional de Belas Artes, sentindo alegria pela oportunidade de apreciar as obras durante a escolha das molduras.

Marta, foi bancária durante muitos anos, enfrentando o estresse implícito dessa profissão. Apesar de, até aquela data, nunca ter frequentado aulas de pintura, produzia quadros com tinta à óleo, atividade essa que lhe proporcionava prazer e alegria. Um dia, teve a oportunidade de expor três desses quadros, numa exposição realizada no banco onde trabalhava. Participou despretenciosamente e, para sua surpresa, vendeu um dos quadros tornando-se, assim, o centro das atenções durante a exposição. Essa aceitação inesperada, alimentou a artista que vivia dentro de Marta e deu vida nova a ela.

Aos quarenta e seis anos, prestou vestibular na UERJ, por sugestão das filhas que também estavam fazendo o mesmo. Ela gostava de estudar a língua-mãe, mantinha-se atualizada através de leituras e jornais televisivos, hábitos esses que contribuíram para que ela conquistasse seu lugar no curso de artes visuais e de história da arte, durante quatro anos. Terminado o curso, optou por fazer licenciatura em história da arte, que finalizou, também, em quatro anos.

Depois desses cursos, o olhar de Marta Caetana ficou mais apurado. Ao conhecer e se aprofundar na história da arte, ela foi deixando de lado muito de seus preconceitos com relação ao tema, passando a ser capaz de apreciar a arte em toda a sua riqueza.

Em 2012, já estando formada, visitou o Louvre, o Musée D’Orsay, Musée de L’Orangerie, na França. Na mesma ocasião, visitou o Museu do Vaticano, onde realizou o sonho de conhecer a obra de Michelangelo, na Capela Sistina e também, a escultura de Laocoonte e Seus Filhos, atribuída a Agesandro, Atenodoro e Polidoro. Esteve também, em Veneza, e em Roma, na Itália, onde visitou as Antigas Ruínas. Teve assim, a oportunidade de ver ao vivo obras que só conhecia através dos livros.

Movida pela vontade de se aprimorar na pintura, Marta Caetana iniciou, em 2018, um curso de fotografia que durou quatro meses. Ela visava treinar o olhar e criar um acervo de imagens próprio, para utilizar, mais tarde, em suas obras. Cursou, também, francês, por dois anos, na UERJ, curso esse que, com a chegada da pandemia, foi interrompido. Matriculou-se, então, num curso de inglês online, e estudou por um ano. Cursou, também online, neurociência, quando pode adquirir muitos conceitos que a ajudaram a embasar a sua identidade na arte.

Durante toda a sua vida, Marta seguiu sempre envolvida com trabalhos artesanais e tudo que se relacionava à pintura. Então, em 2020, iniciou um curso de pintura online com Pollyanna Ferreira, onde teve a oportunidade de realizar o seu sonho de aprender a pintar com técnica. Começou com o desenho a lápis e passou por várias técnicas com tinta à óleo e tinta acrílica, onde aprendeu a manejar bem o pincel e as mídias para poder expressar a sua maneira de ver o mundo e tudo que ele contém.

Hoje, finalizando o nível intermediário do curso, sente-se pronta para realizar o seu sonho de se tornar uma pintora. Ela tem planos de se aprofundar mais na arte da pintura e não vai parar seus estudos por aí. Quer aprender, também, os segredos de pintar a figura humana e “otras cositas más”.

Para conhecer a arte e o talento de Marta Caetana, visite o seu perfil no Instagram:@marta.caetana.art.

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