Sobre Leda Chaves

 Por ela mesma


Leda - 2022

Leda Chaves nasceu em Belo Horizonte, em 1961. Viveu sua infância, em Santa Luzia. Era uma alegre criança interiorana que já mostrava inclinação para a arte. Adorava brincar no terreiro e moldar terra molhada. Viveu entre mangueiras, abacateiros, mamoeiros, pitangueiras e palmeiras. Achava uma delícia, sentar-se debaixo do licurizeiro e chupar a sua polpa. Conviveu pacificamente com as enormes aranhas que, com certa frequência, visitavam a casa antiga em que morava. Quando, durante as férias, ia visitar a avó em Jaboticatubas, na região da Serra do Cipó, vivia experiências como andar quatro quilômetros no meio do mato para tomar banho de rio ou correr das abelhas que seu avô criava, que queriam a jabuticaba maior e mais redonda que ela podia alcançar.

Aos dez anos de idade, sua família mudou-se para Belo Horizonte. Durante a adolescência, dedicava-se ao artesanato, ao violão e à escrita, em suas horas de folga. Teve aulas de piano durante dois anos. Estudou inglês por dois anos no Number One. Aos doze anos, começou a frequentar a Fundação Logosófica, onde estudou Logosofia por muitos anos. Ali, adquiriu muitos conceitos que a ensinaram a ser uma livre pensadora. Como muitos dos livros eram escritos na língua espanhola, depois de alguns anos, passou a ser capaz de ler e, também, de entender o espanhol falado. Gostava de participar de serestas em Jaboticatubas, onde, por volta de seus vinte anos, teve a oportunidade de participar de um concurso quando compôs uma música.

Ainda na pré-adolescência, visitava frequentemente a fazenda da família, na região da Serra do Cipó. Lá, adorava ver o céu coalhado de estrelas durante as noites de lua nova, quando a escuridão era tanta que, quando acordava durante a noite, não sabia para que lado da cama estava virada. Fazia muitas caminhadas pela natureza e nutria-se da beleza que via em toda a criação. Por entre a vegetação típica de cerrado e suas frutas nativas como pequi, araticum e outras, eram tantas borboletas de cores e formas variadas, flores silvestres, lagartas, pedras, sementes, o riacho, teias de aranha, o bambuzal e a roda d’água, sem falar nos pássaros de todos os tamanhos, cores e cantos. Os perigos ficavam por conta das cobras, aranhas, cachorrinhos d’água, marimbondos. Enquanto o sol se punha no oeste, a lua nascia no leste. No pomar, ainda em formação, havia muitas frutas que, no futuro, formariam uma alameda majestosa. Era uma abundância tão grande que é difícil descrever só com palavras. Tudo aquilo cruzou a barreira da sua pele, passou a navegar em suas veias e incorporou-se ao seu sangue. Leda sente-se muito próxima da natureza e, também, sente-se parte dela.
Em 1986, graduou-se em Engenharia Civil, na UFMG. Durante o curso, estudou desenho técnico arquitetônico e desenho mecânico. Fez, também, um curso de “Esboço a mão livre aplicado ao desenho projetivo e à perspectiva”, durante uma das férias. Enquanto estudava engenharia, trabalhou, durante dois anos e meio, como assistente de professora da quarta série do, hoje chamado, ensino fundamental, no Colégio Logosófico Gonzalez Pecotche, onde tinha estudado. Essa experiência deu a ela, além de outras coisas, a oportunidade de aprender princípios da pedagogia logosófica, devido ao treinamento que era oferecido aos professores, naquela escola. 

Em 1990, iniciou um curso de pintura em porcelana, quando aprendeu uma técnica onde a retirada do excesso de tinta é que determinava a intensidade da luz e da sombra. Seguiu pintando por alguns anos sendo que em sua última obra, em 2009, criou uma maneira nova de lidar com aquela técnica, quando conseguiu produzir a sensação de textura sem utilizar nenhum tipo de relevo.

Em 1995, iniciou um curso de Arquitetura na UFMG. Durante esse curso, Leda passou por um grande amadurecimento. Teve a oportunidade de exercitar a sua criatividade de várias maneiras. No início do curso teve oportunidade de estudar expressão artística que incluía colagens, desenho a grafite e lápis de cor, moldagem com argila etc. As disciplinas sobre perspectiva e história da arte e arquitetura ajudaram a criar um alicerce sólido que iria contribuir para que Leda pudesse, mais tarde, tornar-se uma artista plástica. Ela sentia-se atraída por tudo que se relacionava com produções de natureza artística. Ao final do curso, teve a oportunidade de estudar fotografia por seis meses. Graduou-se em 1999. Sua experiência na área de arquitetura pode ser conhecida em seu perfil no linkedin.

Em 2001, fez uma viagem a Los Angeles, Califórnia. Foi quando teve a oportunidade de visitar o Museu de Arte de Los Angeles, o Lacma, e o Museu do Paul Getty. Visitou também, a reserva dos índios Navajos, no Arizona, o Grand Canyon, o Bryce Canyon entre outros. Conheceu também a arquitetura monumental de Las Vegas, em Nevada. No mesmo ano, Leda mudou-se para Natal, no Rio Grande do Norte, e lá permaneceu por três anos e meio. Enquanto esteve lá, trabalhou, durante um tempo, em uma loja de móveis. Por isso, fez um curso de técnicas de vendas, no Sebrae, visando aprimoramento na área.

Voltou a Belo Horizonte em 2005, quando começou a trabalhar em uma empresa de sistemas de utilidades, na área de engenharia mecânica. De 2008 a 2010, participou da associação de moradores do bairro onde morava, tendo, na época, a oportunidade de coordenar uma feira de artesanatos no mesmo bairro, onde expunha também seus trabalhos artísticos elaborados com sementes. Em 2009, estudou Plano de Negócios, no Sebrae, pensando em abrir um ateliê. De 2010 a 2012, trabalhou na Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, quando teve a oportunidade de coordenar uma equipe de estagiários. Em agosto de 2012, Leda criou um blog (www.atelieledachaves.blogspot.com.br) com suas produções literárias que incluíam poemas, contos e histórias.

Em 2013, tendo se preparado por dois anos, fez uma viagem sabática que passou pela Alemanha e pela Turquia, viagem essa que mudou completamente o rumo de sua vida. Em agosto daquele mesmo ano, Leda mudou-se para a Turquia, onde viveu por oito anos. A Turquia, sendo berço da civilização, é possuidora de uma cultura rica, abrigando em seu território muitos registros históricos. Enquanto morou lá, Leda visitou muitos museus de arqueologia, tanto a céu aberto quanto fechados. Conheceu o norte montanhoso, a Capadócia com suas cidades subterrâneas e casas escavadas na rocha, e o sul da Turquia. Em cada um desses locais, nutriu-se de muito conhecimento sobre arte e arquitetura, além de ter tido a oportunidade de experimentar pratos diferentes e de se aprofundar no conhecimento da religião muçulmana e da cultura otomana.

Em 2018, viajou à Toscana, na Itália, onde visitou muitos palácios e museus, estando, entre eles, a Galeria Ufizzi, em Florença, onde teve a oportunidade de visitar uma exposição de Caravaggio. Conheceu também a cidade de Leonardo da Vinci, que dava nome a ele: Vinci. Lá, visitou dois museus sobre esse grande artista e engenheiro, e a casa onde ele havia nascido. Sentiu-se muito confortável nesse lugar. Visitou também Barcelona, na Espanha, onde conheceu muitos museus de artistas como Miró, Picasso e as obras de Gaudi como o Parque Guel e a Sagrada Família, quando teve uma experiência perceptiva incrível num cenário de formas, luzes e cores criado pelo grande arquiteto. Conheceu também a dança típica da região, o flamenco e suas castanholas. Visitou também, a área histórica de Barcelona.

Nesse mesmo ano, ainda na Turquia, começou um curso de desenho voltado para a arte. Depois de alguns meses, mudou-se para outra escola, onde pôde aprimorar o desenho, experimentando a técnica do hiperrealismo. Experimentou também, com muito sucesso, a técnica da aquarela. Em poucos meses, iniciou suas experiências com a tinta à óleo. Porém, em 2020, viu-se obrigada a interromper o curso. Duas semanas depois disso, a pandemia deu origem ao confinamento. Em março, matriculou-se em um curso de pintura online com Pollyanna Ferreira. Identificou-se muito profundamente com o método aplicado, desenvolvendo-se muito bem. Sua inclinação para o realismo era visível. Em julho de 2021, Leda retornou ao Brasil. Teve o curso de pintura interrompido temporariamente até que pudesse se estabelecer.

Para voltar a andar sobre suas próprias pernas, nesse mesmo ano, Leda fez um curso de comunicação escrita e técnicas de redação online, na Fundação Bradesco, para desempoeirar o português. Ela, que sempre gostou de escrever, tinha pensado em buscar um trabalho nessa área, que é também, uma forma de arte. Fez cursos de técnicas de marketing digital e seus desdobramentos, na Rock Content University, todos online: produção de conteúdo para a web, marketing digital, copywriter e revisão de conteúdo para a web. Atualmente, ela ainda participa de workshops na internet, enriquecendo sua formação nessa área.

Em outubro de 2021, Leda retomou a pintura. Ela tinha se descoberto naquela forma de arte e sentia que tinha um caminho a seguir ali. Hoje, em vias de terminar o nível intermediário do curso, está se descobrindo no realismo da pintura. Tem um olhar muito atento, é muito paciente e criteriosa em seus trabalhos. De perfil detalhista, é uma pesquisadora inata, gosta de se aprofundar em tudo que se refere a ela ou ao que está realizando.

Agora, mais conhecedora de si mesma, com um olhar exigente porém amoroso e compassivo, começa a se aventurar nas suas últimas pinturas do curso, sendo capaz de fazer alterações nas cores e de inserir de novos elementos conceituais em seus trabalhos. Revela ao mundo sua forma de percebê-lo através de fotografias que tira no seu dia-a-dia, durante caminhadas, quando descobre, mesmo nas flores e insetos mais minúsculos, a incrível beleza que a natureza oferece em todo lugar, também na vida urbana.

Acostumando-se, novamente, com a forma brasileira de viver, passa por uma grande mudança e começa a trilhar um novo caminho. Publica os trabalhos executados para o curso de pintura e alguns trabalhos autorais no instagram em @recomecar.leda.chaves. Tem também um perfil no linkedin, onde está registrada toda a sua experiência profissional e uma página no facebook, onde divulga suas produções literárias e seus trabalhos artesanais e artísticos.

2 comentários:

  1. Oi amiga, que bom conhecer suas peripécias. Grande experiência para está nova fase de sua vida. Aplica-a em vivências para transformar em lindos trabalhos de arte. Parabéns!!!!

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