Escolhas

Por Leda Chaves

Escolhemos ao longo da vida toda. Mesmo não estando cientes do ato em si, estamos escolhendo. Existe sempre mais de uma opção toda vez que temos que escolher. E quando temos o direito de escolher? Sempre. Somos responsáveis pelas nossas escolhas e suas consequências. Escolher é usar o livre arbítrio que Deus nos deu. Escolher nos permite mudar o rumo de nossas vidas. Porém, quando damos esse poder para outras pessoas a vida pode se tornar pesada e triste. Ficamos com aquela sensação de não estar seguindo o caminho da alma.

Eu voltei para o Brasil por causa do divórcio. Eu me sentia e ainda me sinto muito triste e sem rumo. As coisas estão como eu as deixei: voltei a ficar desempregada e, por causa disso, sem vida social e, principalmente, isolada.

Eu tive uma boa formação, com duas graduações: engenharia civil e arquitetura, profissões que nunca me preencheram como ser humano nem nunca me deram um retorno financeiro satisfatório. Agora, por causa disso, resolvi mudar o caminho e tentar tornar a escrita uma atividade remunerada porque escrever me preenche, me dá alegria. Fiz cursos on line para desempoeirar e atualizar meu português, curso de redação e cursos na área de marketing e produção de conteúdo para a web. Ao lado de tudo isso, estou fazendo um curso de pintura em tela, nível intermediário, que é também uma atividade que me dá muita alegria. Completei o meu perfil no linkedin e, respeitando, ainda, o meu tempo de cura e luto, comecei a procurar um trabalho.

Esse ano me deu um conhecimento de vida muito importante, um presente, uma conquista: foi a certeza de que tentar agradar os outros para ser aceita nunca resulta bem por que, por mais que você faça, nada nunca é suficiente. O que acontece é que as pessoas não aprendem a nos amar pelo que somos. E nos tornamos um brinquedo na mão de uma criança mimada. Em um momento, ela quer nos pegar na prateleira para brincar e, no outro, ela quer nos guardar de novo porque se cansou. Para não cair nesta armadilha, estou aprendendo a me aceitar como eu sou: a minha luz e a minha sombra. Entendi que para ser amada e compreendida não preciso e nem devo aceitar me encaixar em nenhum tipo de molde.

Agora, o que eu quero é me conectar a pessoas que me aceitem e me amem pelo que eu sou. Assim, acontece uma troca saudável e alegre. Estou buscando novos caminhos. E, para seguir em frente, eu quero encontrar um trabalho que remunere a independência que já existe dentro de mim. Quero despertar aquela mulher alegre, criativa e cheia de energia e ser feliz com tudo o que eu sou.

A minha vida ainda está de cabeça para baixo e, atualmente, não sei bem para onde ir. Tudo parece muito volátil. Como uma miragem, desaparece quando a gente tenta tocar.

Sem perder a esperança, vou atravessar para o ano novo sem planos. Em 2022, eu vou aonde a vida me levar. Vou dar um passo para dentro de um portal sem querer saber o que está do outro lado, com confiança e na alegria de novas descobertas, com novas escolhas a serem feitas, julgando menos e amando mais, grata por estar viva e por tudo de bom que recebi durante toda a minha vida.

Nesse novo ano, eu desejo que as pessoas sejam muito felizes com as escolhas que fizerem e que essas escolhas tragam alegria e mais amor para suas vidas.

Feliz 2022!