segunda-feira, 22 de abril de 2013

5 - Bulutkale - jornada em busca de um sonho

Capítulo 5


O ano acabou e o novo ano chegou cheio de expectativas. Margarida sentia-se pronta para a sua tão sonhada viagem. E o dia tão sonhado chegou e Margarida, finalmente, voou em direção ao seu sonho.

Porém, durante os planejamentos, Margarida tinha decidido visitar Anita antes de ir para a Turquia. Anita morava na Alemanha e foi para lá que Margarida voou. Estava muito cansada quando deixou a sua cidade no Brasil. Não tinha dormido nada na noite anterior ao voo. Porém, isso foi bom para a Margarida porque ela acabou dormindo muito bem, depois do jantar que serviram no avião para Lisboa. Quando acordou, no dia seguinte, já era hora de tomar o café da manhã. O seu assento ficava na última fila, bem no meio do avião. Havia mais dois assentos, um de cada lado e os homens que se sentaram neles viajaram muito mal porque tinham pernas enormes e ficaram completamente espremidos.

Margarida teve mais sorte, apesar de não poder se mexer direito porque senão esbarrava em um deles. Ela estava tão cansada que nem se importou de não ter onde apoiar o travesseiro e nem se lembrou de abrir o cobertor. Cobriu-se com o casaco e dormiu bem. Quando acordou, o dia já estava claro e eles estavam começando a servir o café da manhã.

Asa de avião durante voo
Voo para Lisboa

Comeu bem. Comeu tudo. Nada de ficar carregando mais coisas na mochila. Decidiu carregar tudo no estômago. Quando o avião aterrissou em Lisboa, ela enfrentou uma hora de fila só pra mostrar o passaporte para o funcionário da alfândega. Havia uma fila só para brasileiros. Ela estava tão feliz que aguardou tranquilamente. Até cantou baixinho. Entrou no aeroporto sem problemas e ainda teve tempo de tomar um energético para continuar a viagem. Custou bem caro, mas ela sentiu-se bem melhor. Encaminhou-se, então, para a outra fila da alfândega e ficou esperando a sua vez. Parecia que o homem estava um pouco estressado. Passou normalmente, depois de tirar o netbook, a bolsinha transparente com a pasta de dente e umas outras coisas da mochila e as botas. Calçou um plástico nos pés e atravessou. Tudo certo. Juntou tudo e foi calçar as botas para pegar outro voo, dessa vez, para Frankfurt.

Foi então que parou no meio do caminho, por um momento, e pensou: ”Puxa, o meu sonho está acontecendo e agradeceu silenciosamente a todos que estavam colaborando para que tudo pudesse se realizar maravilhosamente. Margarida seguiu adiante e atravessou o “duty free” do aeroporto de Lisboa. Era enorme e, lá, a Margarida descobriu que existia chocolate salgado. Ela queria comprar para provar, mas a embalagem era muito grande e ela desistiu. Entrou no voo para Frankfurt e, lá, ela conheceu um casal de brasileiros muito simpático que estava indo para Munique. Tiveram uma conversa animadíssima e Margarida estreou o seu novo cartão que a Quatro Ímpar tinha criado para ela. Tinha ficado lindo e a Margarida agora tinha uma logo só pra ela. Margarida ficou refletindo sobre aquele encontro. Ela tinha gostado deles. Pareciam alegres e divertidos.

Leda e os amigos de viagem

Desceram em Frankfurt e, depois de caminharem uma hora namorando as vitrines, Margarida separou-se dos novos amigos. O portão deles era em outro andar do aeroporto. Gente, o aeroporto de Frankfurt era enorme e Margarida caminhou mais de vinte minutos para chegar ao seu portão de embarque para Düsseldorf. Antes, tinha conferido tudo no painel. Em Lisboa, o portão de embarque para Frankfurt tinha sido outro, diferente do que constava no cartão de embarque. Parou no meio do caminho porque viu um guichê da Lufthansa e resolver pedir para confirmarem se a bagagem dela tinha ido para Düsseldorf. Confirmaram que sim. Porém, por segurança, quando chegou ao portão de embarque, ela pediu de novo a confirmação. Novamente, teve uma resposta positiva. Lá no aeroporto, Margarida começou a notar o frio. Tinha um cafezinho grátis, desses de máquina e a Margarida tomou um para reanimar.

Sentou-se e ficou observando tudo. Então, um senhor mais velho que tinha se sentado próximo a ela, ensaiou uma conversa, mas a Margarida não gostou. Ele estava perguntando demais. Foi conversando e devagarinho perguntando tudo sobre a viagem dela. Então, ela inventou algumas coisas sobre a viagem para não ficar dando a ele informações que podiam ser perigosas para ela. Lembrou-se das recomendações de seu amigo francês e despistou o homem. Felizmente, no voo, o lugar dele era longe do dela e ela voou em paz. Mas qual não foi sua surpresa, ao descer as escadas do aeroporto, quando viu o homem lá, parado, esperando por ela. Ele não tinha bagagem de mão e ofereceu para levar a mochila da Margarida. Mas ela não aceitou de maneira alguma e continuou o seu caminho. Além do mais, ela não queria que alguém pensasse que ele estava viajando com ela ou que tinham algum tipo de contato anterior.

Quando chegaram ao andar das esteiras, inadvertidamente, Margarida perguntou se ele sabia onde ela devia esperar pela bagagem e ele logo aproveitou para se intrometer de novo e foi ao guichê perguntar para a atendente. Porém, Margarida não ficou esperando e foi ao guichê do lado e perguntou para a outra atendente sobre a bagagem e obteve a informação por si mesma. Então, ele se afastou e a Margarida nem procurou mais por ele para não parecer que ela estava querendo continuar o contato. Margarida dirigiu-se para a esteira e, enquanto esperava, notou que os carrinhos para as malas estavam todos enfileirados e presos lateralmente por magnetismo, ao lado da esteira. Ela pensou: “Que sorte a minha!”. Experimentou e percebeu que os carrinhos rodavam para frente e para trás e paravam num sistema de três rodas que estavam bloqueadas. Margarida olhou e ficou imaginando que, provavelmente, ia ter que pagar por um e pediu ajuda a uma mulher que falava em espanhol com a filha. Ela explicou, em inglês, e a Margarida tirou uma moeda de um euro da mochila e pôs na abertura e, quando as três rodas giraram, ela pode, finalmente, apoiar a sua mochila e sair da sala de desembarque. Depois disso, ela não viu mais o homem. Quando pegou sua mochila na esteira, olhou mais uma vez em volta, disfarçadamente, para ver se ele estava lá e, felizmente, não o viu. Quando saiu, lá estava Anita esperando, alegremente, por ela.

aeroporto de Düsseldorf
Leda em aeroporto de Düsseldorf

Foi uma grande alegria revê-la. Ela deu um abraço apertado na Anita. Que saudades! Anita informou a ela que a sua sobrinha ainda estava a caminho porque tinha perdido o trem. Afastaram-se um pouco da entrada e, logo depois, a sobrinha da Margarida apareceu meio ofegante. Abraçaram-se e seguiram para o estacionamento. Margarida olhava tudo com muita atenção e, apesar do cansaço, estava muito feliz. Eram 22:30 quando deixaram o aeroporto de Düsseldorf em direção a Sprockhövel.

Um comentário:

  1. Aaa... mande um abraço pra Anita! Diga a ela pra vir novamente a BH.
    Estou acompanhando tudo sobre sua viagem, e estou amando cada coisa que você conta.

    Boa sorte!

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