sábado, 8 de junho de 2013

13 - Bulutkale - jornada em busca de um sonho

Capítulo 13


Estrada para Capadócia - Turquia

Estrada para Capadócia - Turquia

Depois que deixaram Ankara, a primeira parada foi em uma loja à beira da estrada. Quando a Margarida entrou na loja, ela viu caixas e mais caixas de lokum e aproveitou para comprar. Foi o seu primeiro lokum na Turquia. Comprou uma caixa inteira.

Lokum - doce turco

Lá na loja, Margarida viu, também, um aparelho diferente que servia para carregar vários tipos de celulares. Ficava preso num suporte e dele saíam vários tipos de cabos. Margarida comentou com o Ibrahim que tinha achado interessante e ele disse que aquele tipo de aparelho costumava danificar as baterias dos celulares e não era aconselhável contar com aquele tipo de sistema.

Carregador de celular gratuito - Turquia

Entraram no carro para seguir viagem e a Margarida decidiu abrir a caixa de lokum. Antes de comer, tentou tirar uma foto dos doces, mas o carro já estava em movimento e a foto não ficou muito boa e a Margarida só viu que a foto não tinha ficado boa à noite. Mas aí já tinham comido quase todo o lokum e, por isso, ela resolveu guardar a foto tremida mesmo. Na caixa havia lokum de vários sabores diferentes. Margarida adorou um que era branquinho com uma fruta seca em cima, que ela não conhecia e nem sabia o nome.

Hacı Bektaş - Capadócia - Turquia

O próximo destino era Hacı Bektaş, uma cidade onde havia um complexo turístico em torno do homem que tinha emprestado seu nome à cidade. Havia uma mesquita cheia de história que puderam visitar. O museu e as outras partes já estavam fechados. Eram muitos detalhes para observar, mas a visitação foi meio corrida. Toda vez que iam entrar em uma nova parte, tinham que calçar aquele saco plástico nos pés e isso demandava mais tempo. Mesmo com essa correria, Margarida estava muito emocionada por estar realizando o seu sonho daquela maneira tão diferente. Eles foram os últimos visitantes e praticamente foram postos para fora pelo funcionário responsável.

Museu - Hacı Bektaş - Turquia

Mesquita - Hacı Bektaş - Turquia

Lustre na mesquita - Hacı Bektaş - Turquia

Mesquita - Hacı Bektaş - Turquia

Museu - Hacı Bektaş - Turquia

Margarida não teve tempo para observar as suas reações internas ao local. Ela estava investigando sobre aquelas emoções que tinha toda vez que pensava na Turquia e, sempre que visitava um local histórico ou um museu, ficava muito atenta ao que acontecia em sua mente e em seu coração.

Hacı Bektaş - Capadócia - Turquia

Saíram da Mesquita depois de beber água na fonte que havia lá. A mãe do Ibrahim passou a água pelo rosto e pelos braços como se a água fosse sagrada. Margarida resolveu provar já que o Ibrahim disse que a água era potável. Ela não notou nada de diferente no sabor da água. Depois, Margarida ia saber que existiam fontes como aquela por toda a Turquia.

Fonte d'água - Hacı Bektaş - Turquia

Comércio Local - Hacı Bektaş - Capadócia - Turquia

Havia um pequeno comércio local próximo à Mesquita e foram dar uma olhada. Parecia uma feira mas, na verdade, não era bem uma feira. Os lojistas locais é que tinham posto algumas araras com produtos na calçada para chamar a atenção dos visitantes. Entraram em várias lojas e, numa delas, o Ibrahim mostrou para a Margarida uma xícara muito bonita, especial para se tomar café turco. Era composta por um copo de porcelana branca, do tamanho de uma xícara de café que se encaixava numa base de metal prateada, com arte em relevo, uma tampa e um pires também de metal prateado, com o mesmo tipo de arte. Margarida achou linda, mas ficou pensando em como ia carregar aquilo durante toda sua viagem. Tinha planejado comprar somente pequenas coisas porque, na sua mochila, não havia muito espaço. E disse ao Ibrahim que não poderia levar.

Loja - Hacı Bektaş - Capadócia - Turquia

Xícara para café turco - Hacı Bektaş - Turquia

Seguiram para outra loja e lá o Ibrahim comprou uma xícara do mesmo modelo, porém mais bonita e mais bem acabada. Margarida, ficou muito curiosa e resolveu perguntar quanto era só para comparar, essas coisas que as mulheres gostam de fazer. O Ibrahim fingiu que não entendeu e continuou comprando. Margarida pensou que ele não tinha escutado e repetiu a pergunta. Ele se virou para ela e disse meio bravo que aquela xícara era um presente para ela. Ela ficou muito desconcertada, mas adorou. Mas o Ibrahim não entregou a xícara para ela. Saíram da loja e foram procurar um lugar para comer alguma coisa, Porém, àquela altura do campeonato, já estava tudo fechado.

Na Turquia, o sol se punha tarde, lá pelas oito horas da noite. Margarida, às vezes, perdia a noção das horas por causa disso. Seguiram, então, para Nevşehir para encontrar um lugar para jantar, tomar um banho e dormir. Margarida estava cansada porque tinha sentido muitas emoções naquele dia.

Em Nevşehir, encontraram um restaurante aberto e tomaram uma sopa de lentilha acompanhada de fatias bem grandes de pão. Margarida estava notando que os turcos comiam pão em todas as refeições que faziam ao longo do dia. Ao lado do restaurante, havia um hotel simples, e o Ibrahim foi checar e achou que era suficiente para dormir e descansar e se registraram. Ficaram, novamente, os três no mesmo quarto para economizar. Margarida, como boa brasileira que era, queria tomar banho, mas eles não estavam preocupados com isso. Deitaram-se logo e dormiram e a Margarida foi tomar o seu banho.

Era tudo tão novo para a Margarida que ela não estava conseguindo dormir direito. Acordou às 4:30 da manhã com o canto do homem da mesquita. Ele cantava cinco vezes ao dia para lembrar aos muçulmanos que estava na hora de fazer as orações. Margarida acordou e não conseguiu dormir mais. Foi para o banheiro e ligou o seu netbook para ver os amigos no facebook e os e-mails. A primeira coisa que a mãe do Ibrahim fazia todo dia, quando acordava, era chamar pela Margarida, principalmente se não a via na cama. Ela chamou e a Margarida respondeu lá do banheiro e viu que era hora de se preparar para continuar a viagem.

Tomaram o café da manhã no mesmo restaurante que tinham jantado e foram a uma loja que vendia simcards de várias operadoras para a Margarida comprar um simcard turco para ela poder se comunicar com seus amigos turcos e, também, com a sua família, caso fosse necessário. Entraram em uma loja que estava vazia e o vendedor demorou a aparecer. Depois de alguns minutos, alguém fez a gentileza de ir chamá-lo. Ele estava tomando chá e entrou na loja com o copo de chá na mão. Estava muito frio e a Margarida ficou com vontade de beber aquele chá. O moço não tinha pressa nenhuma e disse que o preço do simcard era 40 TL. Margarida estava mesmo resolvida a comprar e pediu ao Ibrahim para saber o que estava incluído. Ele foi informando, mas a Margarida notou que ele estava ficando meio ansioso e perguntou o que era. Ele disse que era por causa da mãe. Ela não gostava de esperar e tinha ficado no carro aguardando, por que ele tinha imaginado que não ia demorar.

Por causa disso, o Ibrahim pediu para a Margarida ir lá avisar a mãe dele e pedir para ela esperar. Ele disse uma frase em turco para a Margarida repetir para a mãe dele: “Bir iki dakika bekle lütfen.” A Margarida entendeu porque já tinha estudado um pouco da língua e foi lá dar o recado, enquanto o Ibrahim terminava a compra. Quando a Margarida chegou lá, encontrou a mãe irritada. Quando a Margarida falou: “Ibrahim soyledi bir iki dakika lütfen”(o Ibrahim disse para você esperar dois minutos, por favor), a Sra Türkan explodiu feito uma bomba e começou a falar em turco, em tom de reclamação. Desceu do carro e ficou esbravejando até o Ibrahim chegar. Ele desceu a rua correndo por que conhecia bem a mãe. Margarida não fez nada. Lamentou por dentro o mau humor da velha senhora e sentou-se, tranquilamente, dentro do carro para esperar, depois que ela saiu da frente da porta. Ibrahim chegou e deu explicações a ela em turco e, dessa vez, a Margarida não entendeu nada. Também não fez questão de entender porque sabia que a Sra Türkan não tinha esperado tanto assim. Parecia que ela estava acostumada a ser atendida em todos os seus caprichos e começou a pensar no que estava esperando por ela. Seguiram para Ürgüp, ainda sob as reclamações da velha senhora. Aos poucos, ela foi se acalmando e seguiram a viagem em paz.

Ürgüp - Capadócia - Turquia

Ürgüp era uma lugarejo onde havia aquelas casas esculpidas nas pedras. Quase todas estavam vazias, mas ainda se podia ver fumaça saindo de algumas delas. Visitaram o lugar e a Margarida se divertiu bastante, comprando uma bolsinha para guardar os cupons fiscais para poder registrar tudo depois. A bolsinha serviu também para por moedas. Margarida comprou, também, um gorro diferente por sugestão do Ibrahim, porque era algo bem típico daquela região. O preço não era alto e a Margarida resolveu aceitar a sugestão dele. Além do mais, ela se divertiu muito, quando um grupo de japoneses passou por ela e cumprimentou-a em turco: “Merhaba!”. Aquilo foi o máximo. Do outro lado da estrada que margeava Ürgüp, a vista era deslumbrante. Margarida ficou totalmente maravilhada. Como a Capadócia era linda!

Camelo em Ürgüp - Capadócia - Turquia

Arvore de olho turco - Ürgüp - Capadócia - Turquia

Arvore de olho turco - Ürgüp - Capadócia - Turquia

Casas na rocha - Ürgüp - Capadócia - Turquia

Casa na rocha - Ürgüp - Capadócia - Turquia

Casas na rocha - Ürgüp - Capadócia - Turquia

Casas na rocha - Ürgüp - Capadócia - Turquia

Interior de casa na rocha - Ürgüp - Capadócia - Turquia

Vista panorâmica - Ürgüp - Capadócia - Turquia

Vista panorâmica - Ürgüp - Capadócia - Turquia

Depois de tirar muitas fotos, seguiram viagem em direção à Göreme. Lá, havia um museu aberto onde estava a famosa Igreja karanlık (escura). Compraram as entradas e conheceram o lugar. Margarida queria voar de balão, mas o Ibrahim achou muito caro (duzentos euros) e disse que não poderia arcar com aquelas despesas. Disse, também, que a mãe dele não queria ir porque achava que o balão voava muito alto. Além do mais, ele queria voar num dia especial que havia lá, em que todos os balões voavam juntos e enchiam o céu da Capadócia. Ele tinha muitas razões para não ir e disse que se a Margarida quisesse voar, eles iriam esperar. Mas a Margarida intuiu que não devia ir sozinha e, então, decidiu não voar. Ela tinha dentro de si uma certeza tão grande de que aquela era a primeira de muitas viagens à Turquia, que não se importou em deixar o passeio de balão para uma outra oportunidade.

Göreme - Capadócia - Turquia

Göreme - Capadócia - Turquia

Göreme - Capadócia - Turquia

Göreme - Capadócia - Turquia

Como sempre, tiraram muitas fotos. Havia muita coisa para ver em Göreme, mas, como sempre, o tempo era curto e a visita foi meio corrida. Não houve tempo para a Margarida sentar-se em uma daquelas casinhas, esperar um pouco e observar os próprios sentimentos. Aquilo a incomodava. Tinha sonhado tanto com aquela visita! Tinha viajado muitas horas para chegar até ali e sofria um pouco por dentro por não entender o motivo de toda aquela pressa. O itinerário poderia ser alterado a qualquer momento, caso o grupo decidisse que seria melhor ficar mais tempo em um lugar do que em outro. Porém, a viagem permaneceu dentro do planejamento e seguiram em direção à Konya. O destino agora era Antalya e uma longa e cansativa viagem os aguardava.

Vista panorâmica - Göreme - Capadócia - Turquia

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