quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

1 - Bulutkale - jornada em busca de um sonho

Capítulo 1

 
Pamukkale, Denizli, Turquia
Pamukkale - İmagem recebida por email sem informação de autoria

Tudo começou quando, em setembro de 2011, Margarida recebeu um email que tinha os dez lugares mais bonitos do mundo para se visitar. Era um email comum e Margarida resolveu dar uma olhada. Foi olhando as fotos até que se deparou com a foto de um lugar lindíssimo, chamado Pamukkale. Eram piscinas de água morna formadas por depósitos de carbonato de cálcio, na encosta de uma montanha. Por isso o nome Pamukkale, ou seja, castelo de algodão (do turco, pamuk=algodão e kale=castelo). Margarida ficou parada olhando para aquelas fotos e sentiu algo inexplicável dentro de si. De repente, as lágrimas começaram a rolar a ponto de soluçar e Margarida se perguntou: “Mas por que é que estou chorando? O que é isso?”. Chorou mais de duas horas e, desde então, toda vez que olhava para aquelas fotos, chorava. E então, nasceu dentro da Margarida, o sonho de visitar aquele lugar que ficava nas ruínas de Hierápolis, numa vila chamada Pamukkale, na província de Denizli, Turquia.

Pamukkale, Turquia
Pamukkale - İmagem recebida por email sem informação de autoria

Naquele mesmo mês, ela ficou sabendo que uma amiga do coral estava de viagem marcada para a Turquia e ia passear lá, durante vinte dias. Margarida contou para ela a sua história e a sua amiga, a Ana, ficou muito comovida e prometeu que ia tirar fotos de Pamukkale para mostrar a ela. Mas a Ana fez mais do que isso e trouxe cartões e as entradas de Pamukkale para a Margarida, uma peça de porcelana, um mimo, e depois uma pashimina lindíssima. Dividiu com ela lokum, um doce turco muito gostoso, feito de goma e frutas secas como amêndoas, pistaches. A Margarida adorou tudo. Estava feliz demais porque sentia que estava tendo, consigo, um pedaço da Turquia.

Margarida começou a pesquisar sobre a Turquia que, até ali, não tinha nenhum significado especial para ela. Mas, depois daquele acontecimento, tudo estava diferente. E quanto mais a Margarida pesquisava, mais ela se apaixonava pela Turquia, por sua riqueza histórica e cultural. E em fins de outubro, Margarida decidiu que queria passar um tempo na Turquia por que a riqueza cultural deles era tanta que uma viagenzinha de vinte dias não ia dar para ver nada direito. E, por isso, decidiu aprender a língua e começou a procurar um curso de turco na sua cidade. Mas descobriu que na sua cidade não havia curso de turco, só em São Paulo. Descobriu que o Centro Cultural Brasil Turquia dava cursos de turco pela internet, mas o valor estava além de suas possibilidades, naquele momento.

Nessa época, Margarida estava trabalhando na Prefeitura de sua cidade como contratada e um de seus estagiários lhe deu a dica de um site destinado ao aprendizado de línguas, o sharedtalk. Pois a Margarida cadastrou-se lá e um professor turco comunicou-se com ela. Era tudo que a Margarida precisava. Ele começou a dar aulas para ela e, para sua surpresa, não teve dificuldades demais. Sentiu uma grande familiaridade com a língua e foi absorvendo os conhecimentos numa velocidade incomum. Seu professor dizia-lhe, sempre, que estava impressionado. Depois de mais ou menos três meses, as aulas foram rareando até que ele não pode mais ajudar a Margarida. Mas como a Margarida estava mesmo decidida, começou a estudar com a ajuda de uma gramática eletrônica que ela tinha encontrado, acidentalmente, numa busca de outra informação.

E continuou a estudar até que, em maio, escreveu seu primeiro poema em turco . Ela mostrou para o seu professor, que ficou muito surpreso. Ele adorou e fez uma pequena correção. Margarida ficou muito alegre e continuou. Depois desse poema, ela ainda foi capaz de escrever mais quatro e, no logo no segundo, criou uma palavra nova, utilizando-se da lógica da língua, coisa que surpreendeu mais uma vez o seu professor, com o qual ela mantinha contato esporadicamente, e, também, todos os outros amigos turcos. Essa palavra era "Bulutkale", que significa castelo de nuvem (bulut=nuvem e kale=castelo). Para a Margarida, essa palavra resumia o seu sonho de ir morar na Turquia e conhecer a sua cultura e história.

Margarida seguiu estudando e escreveu mais três poemas, depois disso. Cada um deles tinha um significado especial e o último poema, o quinto, teve uma repercussão muito grande porque era um poema de amor à Turquia. Todos os seus amigos turcos ficaram tocados e agradeceram a ela todo aquele amor pelo país deles. Depois desse poema, a Margarida teve que dar uma pausa nos seus estudos da língua. Estava muito difícil seguir o estudo sozinha, sem alguém que pudesse guiá-la. Mas o seu sonho estava muito vivo dentro dela e ela continuava buscando uma maneira de visitar a Turquia e realizar o seu grande sonho.

2 comentários:

  1. Achei lindo esse começo... muito legal sua história de amor não a uma pessoa, mas a um lugar.
    Incomum, nem tanto!

    Parabéns e obrigada por indicar meu blog!

    ResponderExcluir

Todas as publicações deste blog pertencem à Leda Chaves Erdem.

Neste blog, todos os comentários serão moderados.